Já se passaram sessenta e um anos desde que, no dia 31 de julho de 1962, na Conferência das Mulheres Africanas, em Dar-Es-Salaam (Tanzânia), foi instituído o Dia da Mulher Africana (celebrado anualmente no mesmo dia, 31 de julho) evento em que também foi criada a organização Panafricana das Mulheres, com objectivo de discutir sobre vários problemas realacionados à mulher, como a reconstrução da África, a luta contra a SIDA, a educação e assegurar a paz e a democracia, discursos que, com o passar do tempo, foram conhecendo outros contornos, com principal realce para a igualdade do género e emancipação feminina.
As actuais discussões continuam à volta da igualdade não ser uma realidade para as mulheres. E isso é problema? Claro que sim! Contudo, é uma vitória! Sabe o porquê, mulher? Pelo que temos conquistado neste ínfimo espaço que nos é cedido. É impressionante o quanto conseguimos fazer muito dentro deste pouco a que conseguimos acessar... brindemo-nos a nós, afrikhanitas!
Estamos cônscias da nossa situação e não contradizemos o que observadores dizem sobre a camada feminina ainda ser discriminada tanto no mercado de trabalho como no poder apesar das conquistas; e é verdade que nós queremos mudar este quadro, pois a igualdade entre mulheres e homens é uma questão de Direitos Humanos e condição de justiça social, além de um requisito necessário e fundamental para o desenvolvimento e a paz. Contudo, NÃO NOS VITIMIZAMOS, não, DE MODO ALGUM! Nós, mulheres, prezamos tudo o que conseguimos, fazemos questão de cada vez mais construirmos o nosso império, celebrando-nos a cada nascer do sol.
Hoje, 31 de julho de 2023, revivemos e celebramos esse Dia da Mulher Africana como uma significativa efeméride, pois representa a nós, mulheres, mulheres africanas, cada uma de nós em cada país de África, e todas as outras espalhadas em toda a parte do mundo.
Muitas de nós não conhece a efeméride, pois não é celebrada em África à dimensão de outras datas, como o “Dia Internacional da Mulher”. Em todos os 8 de março, em África há celebrações em quase toda a parte. Por exemplo, em Angola o 8 de março até é digno de um feriado, realidade diferente ao próprio “Dia da Mulher Angolana”, comemorado a 2 do mesmo mês, tipificado no artigo 2.º da Lei dos Feriados como apenas uma “data de celebração nacional”. Neste contexto, a tua amada revista “Mulher Africana” e o “Mulher, Fala-me de Ti” fazem questão de te lembrar sobre a grandiosidade deste dia, a importância dessa efeméride que celebra a mulher africana.
Como o dia foi criado para que as mulheres africanas compartilhassem as suas experiências e somassem esforços para a emancipação feminina tendo em vista a integração e o futuro do continente africano, que tal tu, mulher (africana, ou não) fazeres esta partilha dos teus ganhos nos comentários?
Nb: doravante, nos meses de março e julho vamos, diariamente, homenagear mulheres de todo o mundo e africanas, sequencialmente.
TEXTO DE: DALINE HAZURA