Um estudo publicado pela revista britânica #Lancet abordou o medo e a solidão sofridos por aqueles que enfrentam uma quarentena como consequência do coronavírus.

Os autores do artigo usaram três bancos de dados de estudos médicos anteriores e concluíram que os efeitos psicológicos negativos da quarentena incluem estresse pós-traumático, confusão e raiva, para além de ansiedade.

Os factores que mais estressam as pessoas isoladas estão relacionadas a incerteza em relação ao tempo que durará a quarentena, medo de serem infectados, frustração, tédio, suprimentos ou informações inadequados, possíveis perdas financeiras e sem esquecer a questão do estigma da doença para aqueles que vierem a ter cura ou mesmo para aqueles cujos familiares se restabeleceram.

Quarentena significa um ritmo de vida diferente, uma oportunidade de entrar em contacto com os outros de maneira diferente do habitual e, se você mora com outras pessoas, é também uma oportunidade de brincar um pouco e aproveitar mais a companhia um do outro.

Para pessoas que enfrentam sozinhas uma quarentena, é recomendável planejar o contacto online com outras pessoas regularmente e criar uma rotina diária. É bem notável o crescente número de grupos no WhatsApp e não só, o que facilita por meio de vídeo chamada a interação embora o isolamento.

Para todos, a quarentena pode ser uma oportunidade para, realmente, cuidar do próprio bem-estar e priorizar nossa saúde mental e física. Todos nós temos saúde mental e devemos cuidar um do outro, lembrando que até pouco tempo quase que nunca tínhamos tempo para nada, então deve ser também vista como uma oportunidade para melhor organização da própria vida.

Apesar dos efeitos psicológicos negativos, os cientistas acreditam que a quarentena é uma medida eficaz para combater a propagação do vírus. E daí reforçar as medidas de higiene, ainda é bem notável a resistência por parte das pessoas até mesmo no simples gesto de lavar as mãos.

O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) aponta que a quarentena tem, sim, "um impacto económico e social nas pessoas e nas comunidades, mas estudos mostram que a adoção gradual dessas intervenções reduz consideravelmente a transmissão".

E como prevenir é sempre melhor que curar, vamos mesmo optar pela prevenção!


Por Lusindu Simão