Não é perdedor aquele que escolhe mudar o rumo, mas sim, quem fica parado esperando que os obstáculos se desviem. Mulher africana tem em seu DNA esta incontornável característica de guerreira nata.
Letícia Kaluve Nanguaia Alfredo é uma mulher de 44 anos, natural do Lubango, província da Huíla. Trabalha como gestora administrativa.
Modesta de personalidade, procura ser leal para com a sociedade…, e consigo mesma.
A sinceridade, honestidade e empatia fazem parte do leque de virtude desta mulher batalhadora que procura praticar sempre algo de bom que possa contribuir e engrandecer os valores da sociedade. E como defeito tem a persistência.
Mentora do projecto social “Hope” com finalidades filantrópicas, projecto que se encontra parado por causa do início da pandemia.
- Este projecto está associado a área social da empresa que é gerida por mim, com finalidade de ajudar as famílias mais carenciadas com roupas e calçados, potenciar mães e os jovens com pequenas formações na área de gestão financeira, a fim de os capacitar a autossustentação. E para que isto aconteça, contamos também com a ajuda de amigos benfeitores que têm sido parceiros nesta empreitada.
Letícia é pioneira no fabrico de cosméticos.
- Essa é uma paixão antiga, que vem desde 2007, sempre comercializei cosméticos como hobby… Hoje, decidi dedicar-me por conta própria. Apesar de a situação do nosso país ainda ser incerta, pois vivemos num momento de insegurança.
Mas como diz o velho ditado: “não se vê um bom marinheiro em mar calmo…” Este é um momento de reflexão a todos os níveis da nossa sociedade, desde o académico, passando pela saúde até o económico. Este momento serve para avaliarmos o que realmente nos falta, se somos ou não capacitados para as últimas funções para o desenvolvimento de Angola. A fórmula para aguentarmos esta tempestade é ter, acima de tudo, muita calma e não temer a nada. Que vivamos um dia de cada vez, mas sempre com esperança de que tudo vai acabar bem.
Para as mulheres e a sociedade em geral, é necessário que tenhamos muita perseverança e gratidão a Deus, tanto nos momentos bons como nos maus. Ser honestas e naturais acima de tudo.
Letícia classifica a mulher Huilana como uma mulher:
- Batalhadora e guerreira, apesar de faltar um pouco mais de ousadia e inovação. Às vezes, podemos desejar algo e não chegar a ser concretizado… Lubango está a mudar, tornando-se num verdadeiro jardim de Angola, com flores lindas a desabrocharem, com o esforço do nosso Executivo, que saibamos valorizar o que está a ser feito na nossa cidade, que saibamos preservar e acompanhar essas mudanças.
É inspirada na emancipação sustentada pela igualdade de género, na busca pelo autossustento que quebra todos os grilhões, tornando-a numa mulher independente. Ela adora a música intitulada “Saudades”, dos Calemas, pois, sente saudade do braço apertado e solidário (proibido por causa da pandemia).
- A mensagem que deixo a todas as mulheres é que neste momento de crise, em que tudo parece tão incerto, o medo aflige-nos.
No passado não podemos estar, mas podemos viajar, apenas na memória e resgatar as coisas boas que lá ficaram… O nosso futuro só a Deus pertence, coloquemos a nossa esperança n´Ele e os nossos sonhos também. Vencer esta pandemia é acreditar que vamos poder realizar um dia.
Por Catarina Fortunato (Mãe dos Setinhos)