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A guerreira do arco-íris

Dumilda é uma jovem que tem o privilégio de deixar que as suas características sejam expressas por outras pessoas.

Munida das setes cores sobre o signo do humanismo, Dumilda Lukênia Neto José́ espalha sobre a vida de muitos jovens uma cor em cada necessidade, pintando o mundo de verde esperança.  

 

Aos 21 anos de idade, natural do distrito das Ingombotas, em Luanda, Dumilda é estudante do curso de Gestão e Administração de Empresas, ocupação que divide com as responsabilidades religiosas e sociais. Ela responde a estas responsabilidades pelas acções de duas organizações sociais, a “Liga do Bem e Geração de Sonhos”, cujo objectivo é centrado em fazer o bem através da solidariedade, levando assim o sorriso e esperança a quem necessita.

 

A Liga do Bem tem desenvolvido anualmente um bazar, em que também são realizadas palestras sobre o cancro, jogos, e outras actividades com objectivo de arrecadar fundos e donativos para apoiar alguns lares, prisões e outras pessoas específicas. Entretanto, a Geração de Sonhos desenvolve maioritariamente palestras de carácter social em função da realidade vivida em cada tempo, arrecadando, igualmente, donativos para apoiar famílias e hospitais, com destaque para o hospital de Oncologia, na qual tem servido todas as semanas.

Dumilda é uma jovem que tem o privilégio de deixar que as suas características sejam expressas por outras pessoas, sem deixar de considerar que é uma pessoa exigente, detalhista, chata e muito teimosa, embora, com toda modéstia, prefira a maior parte não falar sobre si. Para esta guerreira, a maior e principal virtude de uma mulher deve ser o temor a Deus, as demais são frutos.


Questionada sobre como caracteriza as jovens actuais, a também activista social respondeu-nos o seguinte:


“Quando falo das jovens actuais prefiro sempre dividir em dois grupos. O primeiro, das jovens de valor, e, o segundo, das jovens sem valor. Quando falo sobre o primeiro grupo, expresso sempre o facto de serem mulheres que muito inspiram, que independentemente da decadência do mundo actual preferem preservar os seus princípios e trabalhar para a melhoria do mundo, a começar por elas.
Quanto ao segundo grupo, notamos mulheres que não receberam algum exemplo positivo, por outro lado, mulheres que receberam tais princípios, mas olham para os mesmos com total descuido e tem condicionado as suas vidas decidindo ou escolhendo coisas erradas, mas olho para as mesmas com esperança de transformação”, afirmou.

 

Acrescenta que, “para ajudar as jovens na preservação dos valores morais e auto valorização, tenho dito que maiores exemplos são dados na prática, mais do que falar primo em praticar. Sou líder de jovens e os jovens liderados normalmente apreciam muito quem os lidera. Desta forma, diante das organizações sociais que pertenço temos desenvolvido palestras, na da organização religiosa desenvolvemos actividades e criamos programas práticos, em que jovens mulheres refletem sobre o seu proceder e trabalham na prática para a realização de seus deveres, mas o principal é instruído segundo os princípios bíblicos.”

 

Constata, no entanto, que os ingredientes necessários para redireccionar os jovens "desviados" é Jesus, ao definir que Ele é a base de tudo e tudo se resume nEle.
Hoje sou o que sou porque Jesus é em mim”, testemunhou.

“E nesta fase da pandemia recomenda-se que nos amemos mais, a nós próprios e ao próximo. O mundo tem estado em decadência porque o amor esfriou. Outro elemento é procurar desenvolver novas habilidades e aperfeiçoar as que já temos para que possamos nos tornar cada vez mais versáteis e descobrir o que há escondido dentro de nós”, aconselha, sem isentar o desemprego provocado pela pandemia que tem desvirtuado muitos jovens. Por essa razão, entende que o empreendedorismo é uma das ferramentas que deve ser aplicada para amenizar esta situação.

 

“Todos temos habilidades dentro de nós, tal como já havia espelhado no ponto anterior, precisamos trabalhar nelas, analisar o campo, criar e executar. Certamente, é difícil, mas com as ferramentas certas e muita racionalidade é possível amenizar a situação”, continuou.


Quando falamos sobre a gravidez precoce, a nossa interlocutora é de opinião que a realidade deve ser olhada com bastante atenção, no sentido de se evitar o fenômeno, visto que é uma situação que, em parte, desestabiliza a vida da mãe, podendo gerar uma certa influência desestabilizadora na vida da criança também, pelo facto de, na sua maioria, as mães não terem maturidade para gerir as próprias emoções e isso pode condicionar a educação dos filhos.  

 

“Um dos maiores erros da sociedade actual está sobre contruir uma base não sólida. Hoje, as famílias têm olhado para alguns aspetos da educação de forma leviana, os responsáveis de educação devem olhar muito para o que têm transmitido aos seus filhos, é sobre instruir dentro do caminho e não apenas o caminho. Mas importa salientar que muitas jovens têm desprezado os bons princípios que lhes são transmitidos, penso que se tudo que temos usado como canal de comunicação fosse incluso por um processo de afectação de princípios e valores, a nossa sociedade teria um outro rumo”, disse, sugerindo então a criação de meios de atração a aplicação pessoal e colectiva.

 
Para concluir, a futura gestora defende o seu pensamento com vista na pandemia e as suas consequências, ao afirmar que precisamos parar e nos rever, muitas são as acções reprováveis focadas na ignorância que poderão afectar a sociedade em geral,

 

“Gostaria de apelar a sociedade a olhar com atenção as medidas de biossegurança e a cumprir as mesmas para que não venhamos todos a ser afectados e que possamos preservar, deste modo, a saúde do nosso próximo, mas também gostaria de alertar o controlo da ansiedade pessoal, porque a falta dela pode nos levar a tomar atitudes desastrosas. Contudo, mais amor, devoção e biossegurança é tudo que peço”, finalizou.

 


Por: Catarina Fortunato

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