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Elisa Borges: a essência da persistência

Elisa Borges é chefe para área de Acção Social dos Serviços Sociais da Polícia de Segurança Pública, em Portugal.

Elisa Amélia Granja Gonçalves Gomes Pinheiro Borges nasceu na maravilhosa cidade de Luanda, a capital de Angola, mas é oficial da Polícia de Segurança Pública, em Portugal. Actualmente ocupa a pasta de chefe para área de Acção Social dos Serviços Sociais do mesmo sector.

 

É uma profissional determinada que carrega no seu ADN a bravura  e a coragem, quando não está vestida de policial é uma mãe fervorosamente apaixonada pelos seus filhos, amiga, alegre e apaixonada pela vida, essas são determinadas qualidades em seu que. Embora a sua persistência seja confundida com a teimosia, é uma mulher frontal, não gosta de tarefas domésticas, mas ama cozinhar e foge da bajulação.

 

Tenho paixão pela vida, vivida em profundidade, pois ela é tão curta. Adoro estar com verdadeiros amigos, adoro dançar, amo as minhas netas, adoro cozinhar para pessoas de que eu gosto”, disse.

 

O seu fascínio pela farda é consequente da convivência diária com o seu pai que era polícia, embora a objecção do mesmo, Elisa não desistiu do seu objectivo de ser uma policial. E nesta empreitada, sempre lida bem com as responsabilidades e inovações que vão surgindo em cada degrau alcançado, porque, para além da teoria absorvida na academia da Polícia, a prática com o tempo vai alimentando a experiência com novas competências em assumir e firmar-se na tomada de decisões nem sempre fáceis no comando de homens e mulheres.

 

Elisa nunca se sentiu discriminada, apesar de, algumas vezes, ter de sacrificar-se a dobrar para se sentir valorizada.

 

“Mas foram diminutas vezes em que tive de me sacrificar, pois, às vezes, a única forma de dares volta a esta questão é mostrares que o outro lado está enganado. E isso se consegue com trabalho, embora, para uma mulher na polícia, a maior dificuldade seja sem dúvida conciliar a vida familiar com o trabalho. Os turnos de serviços e as deslocações acabam por interferir de maneira negativa o progresso e a ascensão da mulher nesta profissão, embora as coisas sejam diferentes de há 30 anos. Não há dificuldade nenhuma, pois as mulheres na polícia portuguesa fazem o mesmo tipo de serviço que os homens”, afirmou.

 

As demais colegas, a oficial aconselha a “manterem-se fiéis aos seus princípios e nunca perderem a dignidade, pois quando usamos a farda deixamos de ser o indivíduo e passamos a ser representantes de uma instituição secular, que devemos respeitar. Ter sempre o grande espírito de missão e desempenho no cumprimento da mesma, garantindo a liberdade de uns e não deixar que essa liberdade interfira na liberdade de outros”, aconselhou.

 

E quanto ao desempenho em tempo de pandemia: “a diferencia é que as pessoas podem estar mais ansiosas com esta situação, e como a nível social esta pandemia trouxe com ela uma série de questões sociais que nem sempre são fáceis de gerir. O desemprego, a pobreza, o estresse, as depressões, o trabalho da polícia em todo mundo tem sido dificultado, pois os polícias também são pessoas e nos seios das suas famílias também passam pelos mesmos problemas que a população em geral, causando desta forma a muitos uma maior dificuldade. No entanto, acredito que a maior dificuldade é a de conseguirmos alertar as pessoas de que os tempos são diferentes, atendendo ao perigo desta pandemia”, explicou.

 

“Para a população em geral, aconselho a ficarem em casa caso não tenham a obrigação de saírem para trabalhar, cumprir as regras impostas pela direção geral de saúde, de distanciamento, higienização das mãos e uso das mascaras”, recomendou.

 

Questionada sobre o papel da mulher na sociedade, respondeu-nos que “o papel da mulher na sociedade é tão importante como o do homem na maioria dos aspectos, no entanto há um que é mais importante na minha opinião e na formação da humanidade… Somos nós as grandes responsáveis pela educação de outras mulheres e também dos homens e se tivermos consciência disso o mundo pode tornar-se cada vez melhor para as próprias mulheres. Lembro que muitas atrocidades cometidas contra as mulheres são cometidas por mulheres. Por exemplo, a incisão feminina, tráfico de mulheres para a prostituição… Se todas tivéssemos um sentido de género com o tempo isso desapareceria. Por isso, acho que o nosso papel é muito importante e pode vir a ser cada vez melhor, sendo a dependência a maior barreira para o nosso firmamento, dependência emocional, física e financeira deita a baixo qualquer barreira”, finalizou.

 

A oficial Elisa é também organizadora de eventos para crianças e idosos, e já sonha em ter seu espaço, para realizar todas as actividades recreativas para os mesmos.

 

 

Por: Catarina Fortunato

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